Embora fosse conhecida por outros nomes (cegonha, balança, picota, saragonha, varola, zabumba, zangarela), em Louriçal do Campo, era conhecida por burra.
Tratava-se de uma alavanca inter-fixa que permitia diminuir o peso do balde cheio de água trazida do fundo do poço. Servia, basicamente para o regadio das hortas.
Era constituída por um poste vertical enterrado no chão que era encimado por uma forquilha, onde se colocava a vara, fixada no eixo. Esta vara numa extremidade tinha o contrapeso, (também este aí fixado), constituído por pedras. No outro extremo, tinha outra vara pendurada na vertical, (fina e comprida), possível de ser segura entre as mãos. Esta por sua vez, teria na ponta inferior uma argola onde se pendurava o balde. Situava-se junto ás paredes do poço em questão.
O contrapeso teria de ser tal, que não fosse muito custoso levantá-lo, quando se descesse o balde vazio, até o fundo do poço mas que, na situação inversa, fosse suficiente para ajudar a retirar o balde cheio de água até à superfície.
A sua utilização prendia-se, sobretudo para o regadio das hortas ali cultivadas em redor do poço.
Actualmente, já não se vêem. Foram entretanto substituídas pelos mais conhecidos motores de rega que, com a sua força motora, puxam as águas mais profundas desses poços.
O dizer “tocar à burra”, não era nada mais que, através deste engenho, conseguir trazer a água das profundezas dos poços.
Pergunto: Quem nunca “tocou à burra”?
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