Hoje, vivi em memória, a
nostalgia dos jogos tradicionais que jogávamos nas ruas da aldeia enquanto
crianças. As ruas de terra batida que, mais tarde foram calcetadas por pequenos
cubos de cimento e granito, juntavam as várias crianças que por ali viviam
perto.
Entre o jogo do cinto, de futebol
e do mundo, nós os rapazes, jogávamos também ao jogo do berlinde. Mais
conhecido, “ao bilas”.
Neste jogo de rua, os
participantes podiam ser vários desde que tivessem, no mínimo, um “bilas” no
bolso das calças.
Jogava-se habitualmente num
espaço plano, de terra batida, no qual se faziam três covas em linha, afastadas
entre si, cerca de 50 cm.
Para se poder identificar quem
seria o primeiro no jogo, cada participante lançava o seu “bilas” para a cova
mais afastada. O que conseguisse fazer o seu “bilas” entrar na cova, ou ficar
mais perto dela, dava início ao jogo, determinando-se, assim, a ordem de saída
dos jogadores.
Cada participante tentava colocar
o seu berlinde sucessivamente em cada uma das três covas, lançando-o com os
dedos, e tendo direito a avançar um palmo para dar "impulso".
Quando o jogador conseguia fazer
chegar o seu berlinde à última cova, retomava o mesmo percurso no sentido
oposto e de seguida, à cova do meio, para poder ganhar o direito a
"matar".
Ao concluir o percurso, o jogador
ganhava esse direito e assim tentar atingir o berlinde dos outros jogadores,
para poder vencer o jogo.
Para facilitar o percurso, o
jogador podia ainda acertar nos berlindes dos adversários, ganhando o direito à
cova que, nessa jogada, pretendia alcançar.
Se, por acidente, o berlinde do
adversário caísse numa cova não desejada, esse berlinde, teria de ser retirado
com três lançamentos contra o mesmo. Se o lançador falhasse, perdia a sua vez
sendo que o berlinde do adversário iria ganhar a posição daquela cova
passando-se a vez de jogo ao adversário.
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